O
governo brasileiro tem implementado medidas para tentar evitar que os efeitos
da crise europeia, da lenta retomada da economia norte americana e da desaceleração
das economias dos países emergentes contaminem de forma perversa a situação
brasileira.
Recentemente,
houve redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI para a indústria
automobilística nacional, redução da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
– CIDE, que incide sobre a gasolina, houve desoneração da folha de pagamento de
alguns setores, redução dos juros para financiamentos de bens e serviços,
aumento da linha de financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento –
BNDS,com taxas subsidiadas.
É cedo para avaliar, mas
provavelmente o governo terá que sinalizar com mais apoio, como por exemplo,
renovar por mais um período(termina no próximo mês) os benefícios do IPI para o
setor automobilístico, isso porque poderá estar surgindo uma nova frente
inesperada de problemas.
Estamos falando das greves que
começam a surgir em vários setores, exigindo maior remuneração,manutenção de
empregos e benefícios, como é o caso das montadoras GM em São José Dos Campos e
da fábrica da Volkswagen em Curitiba. A Fiat, apesar de
não se falar em greve, falta componentes para alguns veículos que estão sendo
liberados incompletos da linha de montagem.
Vários outros setores da economia
recorrem ao mesmo mecanismo de pressão, como é o caso dos professores das universidades
federais, funcionários das agências reguladoras e mais recentemente os da
Eletrobras. Falando especificamente do setor automobilístico, os sindicatos dos
metalúrgicos conscientes dos incentivos concedidos pelo governo às montadoras,
podem querer endurecer as negociações exigindo uma parcela dos benefícios em
seus contracheques.
O fato é que se houver prejuízo da
produção, haverá queda de vendas, o governo deixará de arrecadar impostos, a
indústria vai demitir e todos os esforços do governo fluirão por entre os dedos, como se água ou
areia fossem.
O que
se pode afirmar até agora é que na primeira quinzena de julho as vendas de
autoveículos foram em torno de 10% menor do que no mesmo período do mês
anterior, e que as quedas de braço entre patrões e empregados estão apenas no
início do primeiro round e o desfecho
de tudo isso só o tempo dirá.
Pense nisso e ótima semana,
Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do
Brasil
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