Depois
do anúncio da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI, e
pressão do governo para redução das taxas de juros, o consumidor foi às compras
e o resultado foi mais um recorde de vendas.
Com
vendas de 340,7 mil unidades em junho, 24,18% de crescimento sobre o mês
anterior, pode-se dizer que a grandeza do crescimento foi surpreendente, pois
ocorreu justamente no momento em que as instituições financeiras se queixavam
da crescente inadimplência no setor.
Além
disso, a crise europeia fez com que as vendas do setor despencassem por lá,
criando insegurança com repercussão global. Na Alemanha, país mais forte do
bloco, por exemplo, as vendas de autos caíram em maio quase 5%. Felizmente, por
aqui, os efeitos até agora, parafraseando o presidente Lula, não passaram de
marolinha.
Pelo
menos três fatores contribuíram para o bom desempenho das vendas de carros em
junho no Brasil. Além da queda dos juros e do IPI, a mídia, as promoções de fábrica foram preponderantes
para o bom desempenho do setor.
Além
disso, havia um pouco de demanda reprimida, já que as vendas no varejo acumuladas de janeiro a maio de 2012, estavam
4,8% abaixo do mesmo período do ano anterior.Neste contexto, há pelo menos mais
duas boas explicações para o enorme e surpreendente crescimento das vendas.
O
primeiro seria a volta ao mercado daqueles consumidores que, no primeiros meses
do ano,por alguma razão, resolverão adiar a decisão de compra. A outra, seria a
possibilidade de muitos consumidores terem resolvido aproveitar as vantagens de
preço e financiamento para antecipar as compras.
Qualquer
que seja a explicação, mantidas as condições atuais, a tendência é que haja um
novo pico de vendas em agosto, quando a mídia e os fabricantes estarão
anunciando o fim da redução do IPI (se não for prorrogado, é claro). Caso, essa
hipótese se confirme, julho deve ser um mês morno de vendas.
O que
se pode dizer até aqui é que o crescimento das vendas favoreceram todas as
partes envolvidas. O fabricante que seguramente reduziu estoques e lucrou, o
varejo ganhou fôlego, os agentes financeiros cresceram as suas carteiras de
financiamento e o governo que se beneficiou com aumento de arrecadação. Porém,
quem mais lucrou foi mesmo quem tinha que ganhar: o consumidor que deve ter
feito boas compras.
Pense nisso e ótima semana,
Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do
Brasil
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