terça-feira, 21 de agosto de 2012

Aproveitando os benefícios, consumidores vão as compras


Depois do anúncio da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI, e pressão do governo para redução das taxas de juros, o consumidor foi às compras e o resultado foi mais um recorde de vendas.

Com vendas de 340,7 mil unidades em junho, 24,18% de crescimento sobre o mês anterior, pode-se dizer que a grandeza do crescimento foi surpreendente, pois ocorreu justamente no momento em que as instituições financeiras se queixavam da crescente inadimplência no setor.

Além disso, a crise europeia fez com que as vendas do setor despencassem por lá, criando insegurança com repercussão global. Na Alemanha, país mais forte do bloco, por exemplo, as vendas de autos caíram em maio quase 5%. Felizmente, por aqui, os efeitos até agora, parafraseando o presidente Lula, não passaram de marolinha.

Pelo menos três fatores contribuíram para o bom desempenho das vendas de carros em junho no Brasil. Além da queda dos juros e do IPI, a mídia,  as promoções de fábrica foram preponderantes para o bom desempenho do setor.

Além disso, havia um pouco de demanda reprimida, já que as vendas no varejo  acumuladas de janeiro a maio de 2012, estavam 4,8% abaixo do mesmo período do ano anterior.Neste contexto, há pelo menos mais duas boas explicações para o enorme e surpreendente crescimento das vendas.

O primeiro seria a volta ao mercado daqueles consumidores que, no primeiros meses do ano,por alguma razão, resolverão adiar a decisão de compra. A outra, seria a possibilidade de muitos consumidores terem resolvido aproveitar as vantagens de preço e financiamento para antecipar as compras.

Qualquer que seja a explicação, mantidas as condições atuais, a tendência é que haja um novo pico de vendas em agosto, quando a mídia e os fabricantes estarão anunciando o fim da redução do IPI (se não for prorrogado, é claro). Caso, essa hipótese se confirme, julho deve ser um mês morno de vendas.

O que se pode dizer até aqui é que o crescimento das vendas favoreceram todas as partes envolvidas. O fabricante que seguramente reduziu estoques e lucrou, o varejo ganhou fôlego, os agentes financeiros cresceram as suas carteiras de financiamento e o governo que se beneficiou com aumento de arrecadação. Porém, quem mais lucrou foi mesmo quem tinha que ganhar: o consumidor que deve ter feito boas compras.

Pense nisso e ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
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