Quando a
presidente Dilma Rousseff,
abriu o 27º salão do automóvel de São Paulo e anunciou, para a comemoração dos
presentes, a prorrogação da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados
(IPI) até o final de 2012, pode ser que, nas entrelinhas, tenha dado mais um recado.
O 27º salão ocorre em cenário favorável a
indústria automobilística. A economia brasileira continua crescendo, o índice
de desemprego de 5,2% é um dos menores já registrado no país, as taxas de juros
nunca foram tão baixas, o crédito ao consumidor flexível e o governo mostrando
disposição para proteger o setor com incentivos via redução de imposto,
barreiras as importações e vasto crédito ao consumidor através da Caixa Econômica
Federal e Banco do Brasil.
Além disso, as atuais limitações das exportações
e a queda das vendas de autos nos mercados mais maduros, bem como as recentes crises
norte americana e européia, têm contribuído
para que o Brasil consolide a posição de quarto maior mercado automobilístico global.
Daí, as razões das montadoras estarem priorizando o mercado doméstico.
Porém, a boa fase do setor e da economia
brasileira está atraindo novos competidores, que na impossibilidade de
conquistar o nosso mercado via importação, estão montando suas fábricas em solo
brasileiro. Logo, daqui a cinco anos provavelmente teremos um quadro de market share bem diferente do registrado
nos dias atuais.
Aliás, está
edição do Salão do Automóvel de São Paulo, conta com a presença de 38 grandes
montadoras e quase 900 carros em exposição. O evento cresceu tanto que o Centro
de Exposições Anhembi está ficando pequeno. Um outro recorde registrado, foi a
presença em massa dos presidentes das montadoras. Em nenhuma outra ocasião
tivemos tantos líderes da indústria automobilística juntos em um evento
brasileiro.
Para as
montadoras, o momento é de mostrar as novidades e comemorar os bons volumes de
vendas de 2012. Porém, por de trás da mensagem de suporte e otimismo da
presidente Dilma, pode haver um alerta de que o setor está navegando em águas
calmas, mas que ninguém se iluda, pois pegando emprestadas as suas palavras, “o
Brasil não está imune as crises que afetam outras regiões”. O fato é: quando
ela chegar, pode até não vir em forma de Tsunami, mas “marolinha” também não
será.
Quem
visitou o 27º salão do automóvel em São
Paulo nos últimos dias, seguramente
testemunhou carros maravilhosos e, também, um calor insuportável. Exceto
para quem estava no interior dos estandes, onde o ar condicionado cria uma
sensação de paraíso. A indústria sabe muito bem que enquanto der para ficar no bem
bom do ambiente refrigerado, será ótimo. Porém, quando não der mais o jeito
será encarar as altas temperaturas do ambiente externo. Mas isso é outra
história.
Ótima semana,
Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das
Concessionárias do Brasil
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