terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mudanças de hábito deve afetar vendas de carros


O setor automobilístico durante muitos anos dominou o interesse do mundo dos negócios. Não havia quem não reconhecesse a GM como a grande líder do mercado global.  Estamos falando do tempo em que ter um carro era para muitos mais importante do que a casa própria. Os tempos passaram, a venda de carros vem aumentando a cada ano, é verdade, mas as marcas vêm perdendo valor.

Em 2007, por exemplo, o ranking BrandZ Top 100 Brand apontava seis marcas de automóveis entre as cinqüenta mais valiosas globalmente. A Toyota, a melhor colocada, ocupava a décima posição e a Ford, a pior entre as seis, ocupava a 45a posição (ver tabela abaixo).

Cinco anos mais tarde, (2012) o ranking das empresas mais valiosas revela que a empresa do setor automobilístico melhor colocada, a BMW, ocupa apenas a 23a posição e a Toyota a 28a. A Ford em 2012 já não mais aparece entre as 50 marcas mais valiosas do mundo.

50 maiores em 2007 x 2012
Marcas
2007
Valor em milhões U$
2012
Valor em milhões U$
(10)
33,427
(28)
21,779
(14)
25,751
(23)
24,623
(29)
17,813
(50)
16,111
(36)
15,465
(65)
12,647
(40)
13,372
Ñ aparece no ranking

       -
(45)
12,627
Ñ aparece no ranking

       -
Fonte: RankingBrandZ

Muito embora a venda de carros venham crescendo, existem muitos players disputando esse segmento de mercado. Além disso, a preocupação crescente com o meio ambiente  e a inevitável necessidade de redução da poluição do ar nos grandes centros urbanos, exigem que os governos invistam mais em transportes coletivos,o que deverá afetar as vendas de carros nas próximas décadas.

Também é preciso levar em conta a mudança de hábito das pessoas. O computador e a internet com seus aplicativos deverão reduzir o deslocamento das pessoas. Atualmente, por exemplo, em muitos grandes centros urbanos muita gente trabalha em casa e nos finais de semana já não se pega o carro para visitar os amigos como se fazia no passado recente.

Outro fator que cedo ou tarde afetará as vendas é que o carro passou a ter um peso maior no orçamento familiar. Levando em conta a desvalorização do bem, o valor de manutenção, o consumo de combustível, gastos com estacionamentos, seguro, e a ganância dos governos em arrecadar cada dia mais, com multas, impostos e taxas, acabará afastando deste segmento o consumidor consciente das prioridades da família.

E para concluir, nunca é demais evidenciar que em algumas culturas o carro deixou de ser símbolo de estatuas.

Pense nisso e ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
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