Não é
preciso ser economista para afirmar que o Brasil precisa urgentemente reduzir a
carga tributária, especialmente dos autoveículos, que é a mais elevada entre os países emergentes (site Revista
Veja em 05/05/2013). Se alguém no governo ainda tinha dúvidas de que reduzir os
impostos e desonerar a folha de pagamento (especialmente da indústria), é uma medida
acertada, deixou de ter com os resultados das vendas de autoveículos de Abril
de 2013.
Nos últimos doze meses, o governo atuou acertadamente
junto a indústria brasileira, fornecendo desconto no Imposto Sobre Produtos Industrializados
– IPI, e desonerando a folha de pagamento de alguns segmentos. O setor de
veículos automotores é uma prova irrefutável, de que sempre que o benefício foi
concedido, as vendas reagiram e todos os agentes envolvidos, especialmente os
consumidores, saíram ganhando.
O mês passado, por exemplo, foi o melhor
Abril da história da indústria automobilística brasileira. As Vendas, segundo os
dados da Fenabrave, cresceram 29,4%, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
No primeiro quadrimestre do ano, se comparado com o mesmo período do ano
anterior, elas cresceram 8,2%. O que quer dizer que o desempenho do setor
automobilístico, foi em torno de oito vezes superior ao Produto Interno Bruto –
PIB brasileiro, no mesmo período.
Os indicadores revelam que a enorme e
iníqua carga tributária, é um dos principais entraves do crescimento do país.
Será que teremos mais uma década perdida? O que é no mínimo interessante, é constatar
que apesar do assunto ser amplamente conhecido e debatido, a administração
pública parece agir na contramão,
porquanto os impostos, ao invés de reduzirem, continuam subindo um pouco mais a
cada governo.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário – IBPT, a carga tributária brasileira cresceu para
36,27% do PIB, fazendo com que a receita do governo federal registrasse recorde
em 2012, quando arrecadou R$ 1,59 trilhão. E não são apenas as empresas que
estão sendo oneradas. A pessoa física tem pago a cada ano, mais Imposto de
Renda. O total arrecadado pelo Leão entre
2008 e 2012 passou de R$ 4,9 bilhões para R$ 6,6 bilhões (Jornal o Globo
dos dia 03/05/2013).
Diante disso, todos temos que torcer
para que não haja nenhuma crise financeira externa que possa nos afetar, pois
se isso ocorrer será um desastre de proporção imensurável. Afinal de contas, o
país aumentou enormemente as suas despesas, exigindo mais arrecadação. A guisa
de ilustração, somente o gasto com pessoal da administração pública federal,
aumentaram 133% nos últimos oito anos (Ag Brasil pulicada na N1 News de
05/05/2013).
“Há muitas formas de ficar rico no
Brasil, uma delas é ser funcionário público. Recentemente, um servidor do governo
de São Paulo foi remunerado, em um único mês, em R$361,500,00. Muitas outras
funções públicas pagam mais do que cargos similares em país desenvolvido, como
é o caso dos Estados Unidos,” garante matéria do Jornal New York Times de
06/05/2013.
Além do mais, as famílias brasileiras estão
endividadas como nunca antes, ou seja, compraram com o dinheiro do banco, e
para piorar os juros voltaram a subir. O Banco Itaú cobra no cheque especial
taxa de 152,81% ao ano, o Bradesco 159,02% e o Citibank 214,06% (BCB em
05/05/2013). A inflação de 6,50% acumulada em doze meses, esbarra no teto da
meta do governo.
Os preços dos alimentos estão subindo, e
o país sofre como nuca antes, com problemas de falta de logística,
infraestrutura e mão-de-obra qualificada. Temos a terceira energia elétrica
mais cara do mundo, e elevado índice de improdutividade na indústria. Tudo isso
faz com que o Brasil perca competitividade e tenha que recorrer as importações
de manufaturados.
O saldo da balança comercial em Abril/2013,
registrou déficit histórico de US$994 milhões, e no acumulado do primeiro
quadrimestre de 2013, o déficit foi de US$6,2 bilhões (Jornal Folha de São
Paulo de 03/05/2013). Em 2006 o Brasil registrava superávit comercial de US$5,2
bilhões, chegando em dezembro de 2012, com déficit de US$94,9 bilhões (Jornal O
Globo de 06/05/2013).
Diante do exposto, nos resta continuar
trabalhando com afinco e otimismo; torcer para que as vendas de outros setores cresçam
como as de autoveículos; a taxa de desemprego continue baixa; a inflação, os
preços e os impostos recuem, para que o Brasil “faça as curvas”, que fatalmente
surgirão, sem perder o rumo da prosperidade.
Pense nisso e ótima semana,
Evaldo
Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das
Concessionárias do Brasil
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