quinta-feira, 7 de março de 2013

Vendas de carros despencam, e Fevereiro foi o pior mês da década


A teoria de que redução temporária de impostos não aumenta e sim antecipa vendas, parece se confirmar. Depois de um segundo semestre de 2012 com vendas aquecidas, o setor automobilístico brasileiro parece que entrou em ressaca.

É fato que Fevereiro não costuma ser um bom mês de vendas para o setor. É período de férias, o mês é curto e este ano tivemos o período do Carnaval, em que o brasileiro está mais interessado em se divertir do que em comprar carro. Porém, é inegável que a queda média de 24,5 por cento foi um exagero que ninguém poderia imaginar.

Entre as treze maiores montadoras em volume de vendas no Brasil, a que teve melhor desempenho em Fevereiro, nas vendas de automóveis e comerciais leves, foi a Honda, que cresceu 18,39 por cento, seguida pela Hyundai com 12,71 por cento de crescimento. Já para algumas outros fabricantes, o mês é para ser esquecido, já que despencaram muito acima da média de mercado.

Assim ocorreu com as quarto grandes do mercado doméstico, que amargaram as seguintes quedas: Fiat -29,91%, VW -28,18%, Ford -27,50% e GM -26,20%. No entanto, a marca que mais perdeu foi a Peugeot, que caiu 37,61%.

Fevereiro de 2013, com vendas de 185,3 mil unidades, foi seguramente o pior mês desta década. Naturalmente, o ano está apenas começando e é muito cedo para previsões. No entanto, se projetado as vendas de 2013, tomando por base os dois meses do ano, chegaremos em dezembro com algo em torno de 2,5 milhões de unidades, contra mais de 3,0 milhões de 2012.

Não se pode negar, que faz tempo que os indicadores sinalizam que a atividade econômica do país não é das melhores. No ano de 2012, o estado se fez presente oferecendo redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI, corte das taxas de juros ao consumidor, flexibilização do crédito, e colocando o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para apoiar novas linhas de financiamento. O consumidor gostou das medidas e foi as compras. Agora, com a carteira de crédito inflada, inadimplência elevada e o consumidor ressabiado, será preciso encontrar novos caminhos.

As boas notícias apontam que o Brasil continuará crescendo, o consumidor continuará comprando e as oportunidades continuarão existindo. O que não se sabe é se serão para todos.

Pense nisso e ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Blog: verdesobrerodas.com.br
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