
No Brasil, onde parece
imperar a máxima “nada se cria, tudo se copia”, as mudanças são lentas e
pouco perceptíveis. Porém, não é o que ocorre nos mercados maduros. Aliás, dando
uma rápida olhada neste setor internacionalmente, é fácil comprovar o quanto
diferente daqui ele já está. Depois de quarto décadas viajando à mais de 40
países a fim de ver de perto as mudanças, eu posso garantir que cedo ou tarde
elas chegarão no mercado brasileiro.
Neste sentido, recente pesquisa realizada pela KPMG, evidenciou que 83%
dos executivos de automóveis das Américas acreditam que as atividades online
aumentarão substancialmente afetando diretamente aos concessionários de
veículos.
Para eles, a concessionária do futuro provavelmente terá que olhar para
o consumidor de forma bem diferente, pois o impacto tecnológico nas transações
(especialmente a Internet e as Mídias Sociais) serão expressivas. Assim, os
concessionários terão que se prepararem para interagir online com os clientes oferecendo
de forma detalhada produtos, serviços de mobilidade, serviços financeiros e de
manutenção do carro.

A montadora, em função de atuarem em diferentes mercados, está
respondendo de forma inovadora a tais pressões e oportunidades. A BMW, por
exemplo, lançou o seu conceito 5S para o varejo, sendo a "sustentabilidade"
a quinta dimensão que complementa a classificação da família concessionário 4S.
Na China, consumidores online agora podem navegar e comprar o modelo
Geelly da Panda através do site de compras na Internet Taobao. A VW continua
com a sua política de expansão, com planos de dobrar o número atual de
concessionárias na China até 2015, bem como apresentar o seu DasWelt Auto,
modelo de negócios voltado para carros usados.
Na Europa, onde há uma história de revendedores autônomos, há uma
tendência pequena, mas não significativa para concessionário de fábrica.
Segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados concordam que as concessionárias
para prosperarem terão de evoluir no mix e na forma de ofertar serviços ao
cliente.
Nos BRIC’s as margens com a manutenção e reparos dos veículos têm sido elevadas,
mas com o crescimento do e-veículos e melhorias dos produtos (aumento da
garantia) deve forçar a queda dos ganhos no pós-venda.
Por outro lado, novos serviços estão surgindo para os concessionários.
Em alguns países da Europa, América do Norte e Ásia, por exemplo, as
concessionárias estão começando a abraçar outros conceitos da nova indústria,
tais como serviços de mobilidade (através de compartilhamento de carro e
aluguel) e compras on-line, onde os consumidores podem, por exemplo, iniciar o
processo em seu laptop ou iPad e completar a transação na concessionária.
Ótima semana,
Fonte: KPMG Internacional
Evaldo
Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das
Concessionárias do Brasil
Blog: verdesobrerodas.com.br
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