quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Portfólio amplo não garante liderança de mercado


Há muita gente acreditando que contar com amplo portfólio de produtos e marcas é o melhor caminho para o sucesso. Será que quem pensa assim está certo? Pode ser que sim ou não. Porém, é inegável que do início da década passada para os dias atuais, essa parece ser a crença predominante no mundo dos negócios.

Na indústria automobilística, por exemplo, essa estratégia é amplamente explorada. Alguns anos atrás, a GM detinha 17 marcas, tendo no augi da crise reduzido a sua influência vendendo algumas delas para outras montadoras. Passado o pior momento da crise financeira, voltou ao mercado e, atualmente, já possui 14 marcas. O mesmo ocorreu com Ford, Volkswagen e outros fabricantes globais.

De acordo com levantamento realizado em junho de 2012, a montadora que detém mais marcas (17) sob seu domino é a Fiat, são elas: Abarth, Alfa Romeo, Autobianchi, Chrysler, De Soto, Dodge, Ferrari, Fiat, Hudson, Imperial, Innocenti, Jeep, Lancia, Maserati, Nash, Oltre e Plymouth.

A segunda montadora que conta com o maior número de brands (15) é a Volkswagen, são elas: Audi, Auto Union, Bentley, Bugatti, Cosworth, DKW, Horch, Italdesign Giugiaro, Lamborghini, NSU, Porsche, Seat, Skoda, Volkswagen e Wanderer.

É interessante o fato de que a Toyota, atual líder global de vendas, deter apenas cinco marcas em seu portfolio, são elas: Daihatsu, Lexus, Scion, Toyota e Will. Além disso, se comparado com a Italiana Fiat e a alemã Volkswagen, ela é a que conta com menos modelos a disposição do cliente.

Portanto, como se pode comprovar, a liderança no setor automobilístico pode ser fruto de qualquer coisa, menos portfólio amplo de marcas e produtos. Talvez por estarmos na época do consumidor, em que vence a organização que conta com produtos alinhados com a expectativa do cliente e não, necessariamente, quem possui ampla gama de produtos e marcas.

Apesar de verdadeiro, o argumento acima parece não sensibilizar os fabricantes do setor automobilístico, pois apenas dezessete delas (Aston Martin, BMW, Daimler AG, Fiat Auto, Peugeot-Citroën, Proton, Renault-Nissan, Shanghai Automotive International Co., Ford, General Motors, Honda, Hyundai, Miles Electric Vehicles, Tata Motors, Toyota, Volkswagen e Zhejiang Geely) detém 108 marcas.

Para ser líder global, a Toyota vendeu em torno de 12,5% de tudo que foi licenciado no mundo em 2012, um recorde em seus 75 anos de existência. Além disso, teve que superar as gigantes GM (que foi líder por 77 anos), VW e mais outras 95 montadoras de porte respeitável (81 delas independentes).

Há, atualmente, no mundo 198 marcas de carros produzindo milhares de modelos. Juntas elas venderam em 2011, algo em torno de 80 milhões de autoveículos, um recorde histórico da indústria automobilística global

Ótima semana,

Fonte: OICA/ACEA/GAYOT

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Blog: verdesobrerodas.com.br
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