Não somos
independentes como pode pensar uma pessoa menos atenta aos problemas globais. Os
mercados, a economia e os governos já não funcionam isoladamente. Um resfriado
da Europa pode causar pneumonia na América Latina ou em qualquer outra parte do
mundo. Os fatos revelam que tanto a Europa quanto os Estados Unidos, sempre lembrados como exemplo
de desenvolvimento econômico e bem-estar social, agora tem suas imagens
associadas a crises financeiras, turbulências de mercado, desemprego, riscos de
calotes, rebaixamento do risco de investimento etc.
Quem poderia imaginar, por
exemplo, que a Grécia berço da filosofia, com os maiores pensadores de todos os
tempos dedicando suas vidas para evidenciar ao mundo novas formas de pensar a
sociedade, estado e governo. Onde desde a idade do Bronze (c.300 – c1200 A.C), floresceram
civilizações dominadoras (minoana e miceniana) equeno Renascimento (séc. IX-VIII- séc. I A.C.) colonizou
quase todo o mundo mediterrâneo e das costas ocidentais da Ásia Menor (povos da
Hélade), poderia estar hoje a beira da bancarrota, justamente por incapacidade
na gestão do estado?
Quem poderia imaginar que os romanos (753 a.C. –
476 d.C.), uma
civilização que se desenvolveu a partir da cidade-estado de Roma, fundada na
Península Itálica durante o século VIII a.C. se transformou num vasto império
que dominou toda a Europa Ocidental, poderia estar hoje precisando de socorro
para reerguer a economia do país?
Quem poderia imaginar
que aqueles que sempre disseram como gerir o estado forte, são justamente os
que precisam que lhes digam como fazê-lo? Quem poderia imaginar que uma pequena empresa no interior do menor
estado brasileiro poderia ter seu negócio afetado ou até inviabilizado pelos
problemas de má gestão de governos do outro lado do Oceano Atlântico?
Pois, é exatamente isso que está acontecendo,
semana passada eu conversava com um pequeno concessionário de veículos de
carros importados numa cidade do estado do Sergipe e ele disse que o aumento do
dólar reduziu seus ganhos em mais de 30% e que a situação poderá piorar ainda
mais em dezembro quando o aumento do IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados,
for implementado.
A verdade é que, mantida a legislação que
aumenta o IPI, e caso o dólar não recue para o patamar de 1,7, a venda de
carros importados no Brasil deverá mesmo sofrer importante impacto. Esperamos,
no entanto, que essa hipótese não se materialize, que o Brasil aprenda com os
maus exemplos dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha),
continue crescendo, que a indústria automobilística nacional invista no
desenvolvimento de veículos modernos e que o brasileiro possa contar com ampla
opção de compra, como ocorre em qualquer país desenvolvido.
Pense nisso e ótima semana,
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das
Concessionárias do Brasil
E-mail:
evaldocosta@evaldocosta.com
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