quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ANFAVEA diz que o Brasil precisa aumentar produção de carros


Luiz Moan Yabiku Júnior, presidente da ANFAVEA, disse na abertura do 9º Congresso Latino Americano de Veículo Elétrico, no dia 11 de Setembro de 2013, no Center Norte, em São Paulo, que “Não basta ser o quarto maior mercado do mundo, e ser apenas o sétimo maior produtor. É incompatível.”

Moan, defendeu o aumento da produção da indústria automobilística brasileira, o desenvolvimento da indústria de autopeças, e a importação de veículos elétricos e híbridos até 2017. Para ele, a produção de veículos a célula de combustível deverá crescer e surpreender. Moan, defendeu ainda o apoio do governo na abertura do mercado para as novas tecnologias. Para ele “o consumidor brasileiro deve ter opções amplas de escolha, e decidir o que deseja comprar.”

Ele acha normal, o tempo que os veículos elétricos estão levando para firmarem posição no mercado. Para defender seu ponto de vistas, lembrou que o carro flex começou a ser desenvolvido em 1994, foi lançado apenas em 2003, e atualmente, conta com mais de 20 milhões de unidades nas ruas.

Após a solenidade de abertura, Moan conversou com o VerdeSobreRodas, foi atencioso, cordial e respondeu a todas as questões com a tranquilidade que lhe é peculiar. Perguntado sobre o futuro dos carros elétricos e híbridos no Brasil, afirmou que os híbridos ganharão marcado mais rapidamente do que os seus pares eletrificados.

Habilidoso com as palavras, se desvencilha das perguntas indesejadas com a mesma facilidade que dominava as negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no cargo de diretor de Assuntos Institucionais da GM, ou negocia benefícios para a indústria automobilística com o governo. Indagado sobre as razões do Brasil ser o único país entre os BRIC’s a não possuir marca de carros, enfatizou que temos a Agrale.

Lembrado não se tratar de uma marca de massa, a exemplo do que ocorre na China, onde há mais de cem fabricantes de veículos automotores, sendo a maioria de grandes volumes, disparou: “é pode ser, mas estão todos quebrando”. Um exagero, pois o mercado automobilístico chinês é o maior do mundo, e está muito próximo do recorde global de venda de 20 milhões de unidades em um único ano.
 
Desnecessário, evidenciar os volumosos investimentos da indústria automobilística global naquele marcado. Sete em cada dez novas fábricas inauguradas no mundo em 2012, ficaram na China. Além disso, o VerdeSobreRodas esteve na convenção dos fabricantes Chineses, no final do ano passado, e pode constatar o sucesso de marcas domésticas, a exemplo, da Great Wall, Geely, Chery, JAC, Lifan, BYD, FAW, GAIG, Changfen Motor, Hafei entre tantas outras.

Para Moan, o fato das marcas de carros norte-americanas e europeias estarem perdendo espaço no mercado brasileiro, enquanto as marcas asiáticas crescem enormemente (cresceram mais de 65 por cento nos primeiros oito meses de 2013, comparado com igual período do ano anterior), é apenas um “soluço”. Ele acredita que não demora muito e os fabricantes dos Estados Unidos e da Europa recuperarão o terreno perdido.

De uma coisa podemos estar convencidos, ser presidente de uma entidade do porte da ANFAVEA não é tarefa fácil, especialmente em momento como o que a indústria automobilística brasileira vem atravessando. Depois de décadas de mercado fechado, a entidade passou a contar com a presença de novos fabricantes, a exemplo da Hyundai e Nissan. Além de relevantes investimentos de marcas que operavam de forma acanhada no mercado brasileiro, e que ultimamente vem crescendo significativamente, como é o caso da Honda, Toyota e Renault.

Além disso, os interesses das marcas nunca foram tão antagônicos, pois agora a indústria automobilística global disputa market share e espaço por novas tecnologias (a exemplo de carros híbridos, elétricos, célula de combustível, gás, flex etc). Além disso, a crise europeia derrubou vendas, rentabilidade e competir ganhando dinheiro na América do Norte, não é tarefa simples. Tudo isso contribui para que as atenções se voltem para mercados como o brasileiro, tornando o ambiente mais competitivo

Neste contexto, é sempre difícil agradar alguns sem desagradas outros. Mas, isso é outra história, o que conta mesmo é que os números da ANFAVEA, apesar da queda nas vendas em Agosto, continua nas alturas, graças em parte, a sua inquestionável capacidade de negociar benefícios com o governo brasileiro.

Ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Blog: verdesobrerodas.com.br
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