quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Jaguar Land Rover deverá ter fábrica no Rio de Janeiro


O Brasil, quarto maior mercado automobilístico do mundo, com 57 unidades industriais (veículos, máquinas agrícolas, motores, componentes, outros produtos) e 28 marcas ligadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, poderá anunciar nos próximos dias, mais um fabricante. Desta vez, será a Jaguar Land Rover de origem inglesa e pertencente ao grupo indiano TATA Motors.

Atenta a robustez do mercado Brasileiro, e sobretudo ao potencial de crescimento das exportações de veículos automotores, já que o país ocupa a sétima posição no ranking dos maiores produtores (apesar de ser o quarta maior mercado global). A Land Rover deseja ampliar a sua posição neste mercado, e sabe muito bem que será quase impossível fazê-lo importando veículos da Inglaterra, já que as taxas de importação estabelecidas no regime automotivo brasileiro (Inovar-Auto) são restritivas.

A Jaguar Land Rover sabe muito bem que o momento é oportuno para investir na produção brasileira. A indústria está diante de mudanças de tecnologia automotiva, com o surgimento dos motores híbridos, elétricos e célula de combustível. Quase sempre que há inovação tecnológica, surgem boas oportunidades para os novos entrantes. A Land Rover soube construir uma imagem de prestígio no Brasil, e com fábrica por aqui, terá melhores condições de conquistar uma fatia ainda maior do mercado brasileiro.
 
Apesar de não confirmada, é dado como certo a vinda desta nova fábrica para Engenheiro Passos,  distrito de Resende, no Vale do Paraíba Fluminense, próximo a fronteira  com São Paulo. Na região, há várias outras fábricas, a exemplo da Peugeot, Hyundai Heavy Industries, Nissan (em construção), Volkswagen caminhões entre outras.

Reconhecidamente, a cidade do Rio de Janeiro, alavancada pela indústria petrolífera, é uma das que melhor vem se estruturando para receber novas indústrias. Um bom exemplo disso, é o aprimoramento da logística portuária que se preparou para movimentar em torno de 300 mil automóveis ano.

Os investimentos da rede hoteleira tanto na capital quanto nas cidades que recebem mais investimentos externo, como é o caso de Resende, tem sido ampliada. Além disso, condomínios famosos, como é o caso do Alphaville já se fazem presentes naquela região. Próximo dali (apenas duas horas de carro), fica Angra Dos Reis, com uma das maiores redes de resorts do país, além de belas praias.

Portando, se confirmado a fábrica naquela região, a Jaguar Land Rover não poderia ter feito melhor escolha para produzir seus luxuosos modelos, pois a região Sul Fluminense é uma das que mais cresce e detém considerável concentração de residências e lazer de luxo do Estado.

Ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Blog: verdesobrerodas.com.br
Siga no Twitter/LinkedIn/Facebook/Orkut: evaldocosta@icbr.com.br



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ANFAVEA diz que o Brasil precisa aumentar produção de carros


Luiz Moan Yabiku Júnior, presidente da ANFAVEA, disse na abertura do 9º Congresso Latino Americano de Veículo Elétrico, no dia 11 de Setembro de 2013, no Center Norte, em São Paulo, que “Não basta ser o quarto maior mercado do mundo, e ser apenas o sétimo maior produtor. É incompatível.”

Moan, defendeu o aumento da produção da indústria automobilística brasileira, o desenvolvimento da indústria de autopeças, e a importação de veículos elétricos e híbridos até 2017. Para ele, a produção de veículos a célula de combustível deverá crescer e surpreender. Moan, defendeu ainda o apoio do governo na abertura do mercado para as novas tecnologias. Para ele “o consumidor brasileiro deve ter opções amplas de escolha, e decidir o que deseja comprar.”

Ele acha normal, o tempo que os veículos elétricos estão levando para firmarem posição no mercado. Para defender seu ponto de vistas, lembrou que o carro flex começou a ser desenvolvido em 1994, foi lançado apenas em 2003, e atualmente, conta com mais de 20 milhões de unidades nas ruas.

Após a solenidade de abertura, Moan conversou com o VerdeSobreRodas, foi atencioso, cordial e respondeu a todas as questões com a tranquilidade que lhe é peculiar. Perguntado sobre o futuro dos carros elétricos e híbridos no Brasil, afirmou que os híbridos ganharão marcado mais rapidamente do que os seus pares eletrificados.

Habilidoso com as palavras, se desvencilha das perguntas indesejadas com a mesma facilidade que dominava as negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no cargo de diretor de Assuntos Institucionais da GM, ou negocia benefícios para a indústria automobilística com o governo. Indagado sobre as razões do Brasil ser o único país entre os BRIC’s a não possuir marca de carros, enfatizou que temos a Agrale.

Lembrado não se tratar de uma marca de massa, a exemplo do que ocorre na China, onde há mais de cem fabricantes de veículos automotores, sendo a maioria de grandes volumes, disparou: “é pode ser, mas estão todos quebrando”. Um exagero, pois o mercado automobilístico chinês é o maior do mundo, e está muito próximo do recorde global de venda de 20 milhões de unidades em um único ano.
 
Desnecessário, evidenciar os volumosos investimentos da indústria automobilística global naquele marcado. Sete em cada dez novas fábricas inauguradas no mundo em 2012, ficaram na China. Além disso, o VerdeSobreRodas esteve na convenção dos fabricantes Chineses, no final do ano passado, e pode constatar o sucesso de marcas domésticas, a exemplo, da Great Wall, Geely, Chery, JAC, Lifan, BYD, FAW, GAIG, Changfen Motor, Hafei entre tantas outras.

Para Moan, o fato das marcas de carros norte-americanas e europeias estarem perdendo espaço no mercado brasileiro, enquanto as marcas asiáticas crescem enormemente (cresceram mais de 65 por cento nos primeiros oito meses de 2013, comparado com igual período do ano anterior), é apenas um “soluço”. Ele acredita que não demora muito e os fabricantes dos Estados Unidos e da Europa recuperarão o terreno perdido.

De uma coisa podemos estar convencidos, ser presidente de uma entidade do porte da ANFAVEA não é tarefa fácil, especialmente em momento como o que a indústria automobilística brasileira vem atravessando. Depois de décadas de mercado fechado, a entidade passou a contar com a presença de novos fabricantes, a exemplo da Hyundai e Nissan. Além de relevantes investimentos de marcas que operavam de forma acanhada no mercado brasileiro, e que ultimamente vem crescendo significativamente, como é o caso da Honda, Toyota e Renault.

Além disso, os interesses das marcas nunca foram tão antagônicos, pois agora a indústria automobilística global disputa market share e espaço por novas tecnologias (a exemplo de carros híbridos, elétricos, célula de combustível, gás, flex etc). Além disso, a crise europeia derrubou vendas, rentabilidade e competir ganhando dinheiro na América do Norte, não é tarefa simples. Tudo isso contribui para que as atenções se voltem para mercados como o brasileiro, tornando o ambiente mais competitivo

Neste contexto, é sempre difícil agradar alguns sem desagradas outros. Mas, isso é outra história, o que conta mesmo é que os números da ANFAVEA, apesar da queda nas vendas em Agosto, continua nas alturas, graças em parte, a sua inquestionável capacidade de negociar benefícios com o governo brasileiro.

Ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Montadoras asiáticas são as que mais crescem no Brasil


A Indústria automobilística brasileira vem crescendo ano após ano, mas de forma igualitária. Por exemplo, classificando por continente, as treze maiores marcas em volume de unidades vendidas no mercado domestico, e confrontando o período de Janeiro a Agosto de 2013, contra o mesmo período do ano anterior, perceberemos que as marcas europeias e norte-americanas perderam espaço, e as asiáticas cresceram substancialmente.

As vendas das marcas europeias Volkswagen, Fiat, Renault, Peugeot e Citroën, venderam de Janeiro a Agosto de 2013, 949.871 carros, contra 1.084.904 unidades, no mesmo período do ano anterior, revelando portanto, queda de 12,65 por cento.

Já as marcas norte-americanas GM e Ford, faturaram no mercado doméstico, nos oito meses de 2013, 509.132 carros, contra 536.628 unidades do mesmo período do ano anterior, ou seja, queda de 5.09 por cento.

Situação muito distinta das marcas asiáticas, composta por: Honda, Hyundai, Toyota, Mitsubishi e Nissan, que juntas venderam no varejo brasileiro nos oito primeiros meses de 2013, 306.334 carros contra 184.834 unidades do mesmo período do ano anterior, registrando significativo crescimento de 65.73 por cento.

Entre as treze maiores montadoras em volume de vendas no Brasil, no período comparado acima, as três marcas que mais cresceram foram: Toyota (108,7%), Hyundai (100,0%) e Honda (13,3%). Já as que mais declinaram foram: Nissan (-39,5%), Peugeot (-21,5%) e Volkswagen (-16,2%). Exceto as três asiáticas acima demonstradas com crescimento, todas as outras dez marcas apresentaram queda de vendas no período examinado.

Vendas de Agosto de 2013

O mês de Agosto de 2013, não foi um bom mês para a indústria automobilística brasileira, mas também não foi nenhum desastre. Comparando-se com as vendas de autoveículos em Setembro, houve queda de 3.8 por cento. Já com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 21,6 por cento. O nono mês do ano anterior, foi o que encerrou o benefício da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI, daí houve uma corrida as compras, registrando recorde  de vendas.

Já o período de Setembro a Agosto de 2012, registrou 3.77 milhões de autoveículos vendidos no Brasil, contra 3.76 do mesmo período de 2013, portanto pode-se dizer que há um empate técnico. É cedo para afirmar, mas pelo cenário de dúvida econômica (provocada especialmente volatilidade do câmbio, queda de investimentos externos e quebra de confiança), e a pouca margem do governo para continuar renovando apoio a indústria automobilística, se o país alcançar o número de 2102, a indústria automobilística terá bons motivos para comemorar.

Aliás, no próprio mês de agosto de 2013, as duas únicas marcas que cresceram em vendas de automóveis e comerciais leves, comparado com o mês anterior, foram: Citroën (4,61%) e Peugeot (1,61%). Já as marcas que caíram mais do que a média do mercado (3.8%), Foram: Mitsubishi (-10.64%), Toyota (-8.33%), Hyundai (-6.97%), Renault (-6,45%), GM  (5.08%), Ford (4.95%), Nissan (-4.76%). Finalmente, as que caíram menos do que o mercado, foram: Hyundai CAOA (-1.64%), Fiat (-1.75%), VW (-1.88%) e Honda (-1.90%).

A conclusão é que as maiores marcas em volume de carros vendidos no Brasil, foram as que mais caíram nos oito primeiros meses de 2013, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Exceção feita a GM que foi a única marca, entre as cinco maiores do mercado nacional em unidades vendidas, que não perdeu participação de mercado no período examinado.

Ótima semana,

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
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