O Inovar-Auto é o regime automotivo brasileiro, que
tem a meta de promover a competitividade através de incentivo à Inovação Tecnológica e
Adensamento da Cadeia Produtiva da indústria automotiva nacional. Na segunda-feira dia 20/05/2013, o
governo fez alguns ajustes, que poderá contribuir para o desenvolvimento da
mobilidade “verde” no país.
A partir de agora, até 2017, as
montadoras deverão melhorar em, no mínimo, 12% a eficiência
energética dos veículos. Caso contrário não serão beneficiadas com descontos no
Impostos Sobre Produtos Industrializados – IPI, além de pagar pesadas multas. O
que dificilmente ocorrerá, pois elas já detêm tecnologia suficiente para
garantir que essa meta seja alcançada.
Apesar de ser uma medida de boa vontade do governo com a mobilidade
“verde”, o caminho até alcançar incentivos mais relevantes, e capaz de estimular
as vendas de veículos elétricos (VE) e híbridos, poderá ser longo. Tão
importante quanto as adoções de medidas de aumento da eficiência energética dos
veículos, seria rever a tributação, criando alíquotas adequadas e que estimule
a fabricação e venda dos VEs e híbridos no país.
Atualmente, tanto os VEs quanto os híbridos, pagam 55% de IPI e 35% de Imposto
de Importação (já que nenhum modelo é fabricado no território nacional), além
de outros encargos. Para se ter uma ideia do que isso representa, basta comparar
o preço do Mitsubishi i-Miev, único carro elétrico vendido no Brasil, com seu valor
no exterior.
Na Califórnia, Estados Unidos, o i-Miev pode ser adquirido por US$30
mil, deduzindo o incentivo de governo de US$7,5 mil, o consumidor paga em torno
de US$23,3 mil, equivalente a 46,6 mil reais. Em São Paulo o i-Miev é vendido
por 200 mil reais, (aproximadamente, US$100 mil), ou seja, no Brasil ele custa
quase cinco vezes mais.
Com os híbridos a situação não é muito diferente. Há apenas três ou
quarto modelos a venda no Brasil. O mais conhecido é o Toyota Prius que pode
ser comprado por algo em torno de US$60 mil, aproximadamente 120 mil reais. Já na
Califórnia, por exemplo, ele pode ser adquirido pela metade do preço que é
vendido por aqui (US$29 mil ou R$59 mil).
Caminho diferente tomou a China que na última semana anunciou robusta
iniciativa para colocar, somente em Pequim, 50 mil carros elétricos nos
próximos três anos. Para isso inaugurou vários postos de abastecimento,
incluindo um que já é considerado o maior do mundo, com capacidade de carregar
até 400 veículos por dia. Além disso, o governo chinês oferece o equivalente a
9.800 dólares de incentivo aos compradores de veículos elétricos.
Vamos esperar e torcer para que o Brasil tome iniciativa evitando que a
indústria automobilística do país, fique defasada com relação a tecnologia do
veículo híbrido e elétrico. Aliás, no início da década de 1990, a indústria de
autoveículos nacional encontrava-se tão defasada, que o então Presidente Fernando
Collor de Mello, foi a público dizer que os carros brasileiros mais pareciam
carroças.
Pense nisso e ótima semana,
Evaldo
Costa
Escritor,
conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Blog: verdesobrerodas.com.br
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